domingo, 8 de setembro de 2013

Autoridade???

Na minha vida profissional deparo-me com muitos casos de crianças (de diversas idades) que não respeitam minimamente os pais e em que a autoridade destes é mesmo nula. São situações que me revoltam e em algumas situações sou eu mesmo que tenho de por os miúdos no sítio e chamá-los à atenção como se mãe deles fosse...
Vejo outras também de pais que resolvem muito bem as situações de birra, mau comportamento ou desrespeito e que admiro muitas vezes pelo sangue frio e criatividade :)

Não só pelo que observo, mas também porque me foi incutido que o respeito pelos pais nunca fez mal a ninguém (aliás muito pelo contrário) tento que na nossa casa o mesmo aconteça. Não um respeito porque os pais são superiores mas porque são pais. É verdade que quero que os meus filhos me vejam como sua amiga, mas antes disso quero que me vejam como sua mãe, com tudo o que isso implica! A mãe que dá carinho, a mãe que responde às perguntas, que faz o almoço, a mãe que brinca, mas também a mãe que diz não, que impõe limites e que relembra (vezes sem conta) o que se deve ou não fazer.

Talvez porque os nossos filhos são pequenos e porque passam a vida a testar-nos, esta tarefa de mãe não é fácil. Não quero ser uma mãe autoritária, que impõe a sua opinião ou decisão simplesmente porque sim. Sempre que imponho um limite ou que digo que não, tento explicar o porquê da minha posição. Gosto de ser um ser humano pensante e com opiniões e quero que os meus filhos o sejam também e penso que o diálogo em todas a situações ajuda muito nessa construção.

No entanto, queria que quando dissesse ao meu filho que ele não pode gritar, que tem de vir para a mesa, que não deve fazer qualquer coisa, que ele me ouvisse e acatasse. O J com os seus 6 anos está constantemente a testar-me. E há dias que já não me posso ouvir a mim própria com tantas repreensões que lhe faço...
E depois sinto-me incapaz e frustrada porque por um lado não quero ser bruta, chata, autoritária em demasia, mas por outro lado quero que os meus filhos tenham regras e que tenham respeito por mim e por todas as outras pessoas... E acho que não consigo deixar de ser o que não quero, nem consigo que os filhos respeitem sempre...

Há dias até que pergunto mesmo ao J: "Mas gostas que a mãe se esteja sempre a zangar???" Ao que ele responde: "Não mãe não gosto! Mas também não sei porque não faço o que dizes!!!"
Se ele não sabe.... quem saberá??????

Enquanto que com o D, (nos seus 4 anos cheios de birras) já consigo lidar melhor, porque utilizo o humor e a técnica da distração para ultrapassar a maior parte das birras, o J às vezes poe-me mesmo fora de mim...

Se pensar bem, a verdade é que não me posso queixar muito, porque apesar de traquinas, regra geral os nossos filhos até se levam muito bem conversando e não são crianças mal comportadas ou mal educadas. Nunca pensei que não os podia levar a jantar fora por exemplo. Mas às vezes a coisa em casa azeda mais... ou por energia a mais deles ou paciência a menos minha...

Mais uma vez um livro de instruções era tão útil.... ;)

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