sexta-feira, 18 de outubro de 2013

A fada dos dentes e afins

Tooth Fairy


O J ainda acredita na Fada dos dentes e no Pai natal e eu confesso que não me importo nada que ele acredite e até, de certa forma, incentivo  porque acredito que a imaginação das crianças é tão bonita e eu própria (à minha maneira é certo) acredito no Pai Natal...
Acredito no bem e na boa vontade e por isso faz sentido que o Pai Natal exista na nossa cabeça e no nosso coração... Sim sou lamechas e gosto destas coisas lamechas...
 
O meu problema é que não sei até quando deverá ele acreditar... Sinto que ele adora acreditar, mas que às vezes alguns amigos (não todos felizmente) lhe dizem que não existe e ele fica confuso e triste...
 
No outro dia, disse-me muito triste que já sabia que a Fada dos dentes não existia, porque uma amiguinha tinha fingido que estava a dormir e tinha visto o pai a tirar o dentinho e a pôr um presente por baixo da almofada...
Eu olhei para ele e disse-lhe que a fada dos dentes ás vezes precisava de ajuda e que os pais ajudavam... Além disso disse-lhe que ele podia não acreditar ou acreditar conforme achasse melhor, mas que eu, ainda que a fada não viesse ter comigo, gostava de continuar a acreditar.
 
Não espero que o J continue acreditar até aos 15 anos... assim como não espero que a primeira namorada seja aos 30 (embora na brincadeira o diga e até por "minimilésimos" de segundos deseje), mas gostava que a inocência não desaparecesse tão cedo...
 
Os miúdos, hoje em dia, parece que crescem rápido demais ou que sabem coisas a mais e que a informação não acompanha o seu tamanho e a sua maturidade... Eu com 14 anos era ignorante em relação a algumas realidades que as meninas de 9 já conhecem ou ouviram falar... E não me importo que assim tenha sido pois tive tempo para tudo, para brincar e crescer, para acreditar na fantasia e para descobrir as verdades...
 
Os tempos são outros e as realidades completamente diferentes mas desejo que a inocência dos meus filhos não desapareça à bruta, mas gradualmente, como fase natural do seu crescimento. Não quero que se sintam enganados por mim, mas também não quero "despi-los" da magia!
 
Acredito que no meu intimo, haverá um momento em saberei que é tempo de deixar de dar argumentos para a existência do Pai Natal ou da Fada dos dentes, porque deixará de fazer sentido, mas mesmo quando isso acontecer a magia e a inocência estará com eles para o resto das suas vidas.
 
E eu adoro acreditar no Pai Natal!!!! 
 
  
 
   

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Alergias alimentares

As alergias alimentares são uma realidade cada vez mais frequente entre as nossas crianças.
Não tenho nenhum filho a quem tenha sido diagnosticada nenhuma alergia, mas conheço muito bem quem tenha... Quem viva com esta angústia constante de que em algum momento o filho coma inadvertidamente algo a que seja alérgico...
"Angústia" pode parecer uma palavra pesada e exagerada mas não é de todo... A verdade é que uma alergia pode matar!!! Uma simples alergia ao leite ou ao ovo... Dois alimentos tão corriqueiros e que se nos perguntassem se saberíamos viver sem eles diríamos: "Tás louco?? Então como fazia um bolo de anos para o meu filho? E as bolachas maria de que ele tanto gosta???"
Estes simples alimentos podem provocar uma reação alérgica de tal forma grave que se não se atuar rapidamente pode provocar asfixia...

Sei que este não é um tema leve, ligeiro e em modo brincadeira, como é o habitual no meu blog, mas é um assunto que me tem feito pensar...

Como viverão estes pais que em Portugal têm tão pouco apoio? Como se muda radicalmente a forma de cozinhar e comer? Imaginam que uma criança com estas alergias não pode por exemplo comer um hambúrguer na maior cadeia de fast food?? E que a maioria dos funcionários desta mesma cadeia talvez nem tenham conhecimento desta realidade?

Se há uns tempos um vegetariano chegasse a um restaurante e pedisse algo sem carne havia reações de estranheza e até alguns comentários menos simpáticos... E o que sentirão os pais que chegam a um restaurante e perguntam se o arroz é feito com  algum caldo de tempero já pronto? E estes pais não têm nada contra a marca ou contra o caldo, ou até mesmo contra o restaurante, nem querem ser picuinhas e chatear o empregado, eles simplesmente precisam de saber porque alguns alimentos têm constituintes que podem provocar uma reação alérgica ao seu filho.

Infelizmente esta realidade é desconhecida e desvalorizada e no entanto pode ser muito grave. Assim, no sentido de ajudar os pais que vivem e convivem com esta realidade foi fundada a "Alimenta". Conheço uma das fundadoras e sei que vamos assistir a um ponto de viragem na informação e no impacto que esta realidade tem na nossa sociedade... Esperamos que mudem mentalidades e que cada um de nós esteja mais atento a este problema pois assim já poderemos ajudar e muito!!!

Visitem o site! Vale a pena!!! 

 www.alimenta.pt







terça-feira, 8 de outubro de 2013

Gestão de tempo... tarefa impossível??

Hoje dei comigo a pensar nas milhões de coisas que faço durante um dia e se ando a fazer a correta gestão de tempo quando chego a casa.

Como eu, certamente muitos pais se questionam sobre o seu dia a dia, sobre o seu cansaço, sobre até quando vamos aguentar este ritmo, mas a verdade é que tão rápido como estas questões vêm à minha cabeça tão rapidamente desaparecem até porque tenho mais do que fazer que pensar em coisas que não me fazem andar para a frente.

Eu e o meu marido acordamos mais ou menos às 6.30. E acordamos os dois porque o trabalho é literalmente um trabalho de equipa em que as tarefas se dividem de uma forma natural (nem precisamos dizer grande coisa) e substituímo-nos se por acaso um de nós está mais atrapalhado ou se nos atrasámos porque o despertador cá de casa (euzinha) adormeceu...

Desde que acordamos preparamos o almoço e lanches dos miúdos, ajudamos a vestir, preparamos o pequeno almoço, verificamos tudo o que é preciso para a escola, comemos, tomamos banho, vestimo-nos e lá vamos nós para a escola... No meio ainda tenho tempo para dar de mamar...
Quando chego à escola (que é um pouco distante de casa) é uma correria para que cheguem a horas e quando estão os 2 entregues parece que já podia ir dormir outra vez tal não é o cansaço que a manhã me provoca... É uma verdadeira loucura. E depois se por acaso a bebé veio comigo vou deixá-la aos avós para ir trabalhar ou levo-a comigo.

O dia de trabalho decorre normalmente ate ao final do dia onde se inicia outra maratona... Buscar à escola, fazer trabalhos de casa, dar banhos, preparar jantar, preparar algumas coisas para o dia seguinte  e deitar e uffa já está!!!!!

Toda esta correria não é fácil, mas o que é mais difícil é conseguir estar a 100% quando estou com eles... Estar a 100% quando me dedico à bebé para que de certa forma consiga compensar a minha ausência durante o dia... Estar a 100% quando faço os trabalhos com o J e que exigem de mim (ou do pai conforme calha a rifa ;)) muita atenção e acima de tudo paciência (o que ao final de um dia nem sempre é tarefa fácil...)... Estar a 100% quando o D conta atabalhoadamente o seu dia... Estar a 100%quando lhes dou banho, ou jantar ou quando os deito...

 Às vezes ponho-me a pensar que esta é uma tarefa quase sobre humana, pois afinal somos simples pessoas com condições físicas limitadas, com cansaço, com falta de paciência, com dias de trabalho complicados... Mas que têm mesmo de estar a 100% neste trabalho que decidiram para si... ser pais!!!

É efetivamente uma tarefa complicada responder aos filhos conforme eles precisam e merecem, e ainda mais quando são vários e têm necessidades tão dispares, mas na verdade, para mim, só faz sentido ser pai assim a 100%! Ainda que não o consigamos todos os dias, porque ninguém consegue... estamos 100% a tentar!!! 100% a dar o nosso melhor!!!

domingo, 29 de setembro de 2013

O meu filho e o drama...

Já sabem que adoro teatro! Adoro comédias e adoro dramas! Adoro viver as emoções dos outros...

Agora o que eu não sabia é que o J tinha queda para o assunto... aliás eu na verdade já desconfiava mas agora tenho a certeza! O J é o rei do drama!!!

Tinha o J uns 4 anos e tal (não consigo precisar porque o tempo passa a correr e não tenho memória para associar anos com situações, salvo algumas exceções é claro) quando me apercebi pela primeira vez que o rapaz tinha queda para o drama... Certo dia, já nem sei bem porquê (estão a ver a minha memória....) coloquei o J de castigo e mandei-o ir sentar-se na cama a pensar na vida.
Ora a criança entra no quarto, olha muito sério para a cama dele e diz-me: "Mãe devias tirar todos os meus peluches da minha cama porque eu não os mereço"... Fiquei parada a olhar para ele a pensar mil coisas ao mesmo tempo: Rio-me??? (lá vontade tinha eu, pelo inesperado) Onde é que este miúdo aprende a fazer estas associações? O que acha ele que é merecer?
A minha reação foi não dar importância ao drama dele, e disse-lhe qualquer coisa como:" J, a mãe só te disse para sentares a pensar na vida, ninguém falou nos peluches... Não precisas fazer esse drama porque comigo não pega..."
Não sei se a minha reação foi a melhor mas na verdade pensei que ele queria que eu tivesse pena dele e de alguma forma voltasse atrás com o castigo por compaixão...

Desde essa altura várias foram as situações semelhantes mas esta semana o J esmerou-se...

Tenho andado um pouco zangada com o comportamento dele na sala de aula e na 6a feira a coisa piorou... Decidi que ele tinha de perceber que não estava a ir pelo melhor caminho e infelizmente apenas a conversa simples não chega lá. Assim, decidi fazer uma negociação com ele e apenas se der provas de que percebeu que a sala de aula é para aprender é que terá uma coisa de que gosta muito. Caso não resulte, vai-me custar imenso mas não posso ceder. O ano passado fiz uma negociação semelhante com a escalada e correu muito bem, a ver vamos...
Mas entretanto na 6a feira estava eu cansada da semana, das chamadas de atenção, do mau comportamento, decidi que apenas o D tomaria banho de piscina (como eles costumam chamar ao palmo de água que de vez em quanto coloco na banheira).
Aquilo para o J foi terrível... chorou, chorou, chorou ainda mais, disse que não voltaria a acontecer, pediu desculpa, abraçou-me e acabou com a frase:

"Eu devia estar de castigo até ser adulto como tu mãe!!!"

Digam, é ou não é o rei do drama???

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Teatro de Pais

Hoje o meu post é dedicado ao grupo de Teatro de Pais ao qual pertenço! Ontem vi o dvd da última peça que apresentámos e pensei que teria de escrever este post...

Já faço teatro amador à cerca de 18 anos, é um hobbie que adoro pois faz-me pensar noutra coisa que não a vida do dia a dia, além de tudo o que envolve a montagem de um espetáculo e também o facto de viver a vida de outra pessoa, sentir os sentimentos de outra pessoa e reagir como outra pessoa.
Tenho um grupo ao qual pertenço desde sempre e com o qual fui crescendo.

Há 2 anos (quando o meu J entrou no colégio onde anda atualmente) inscrevi-me no grupo de teatro de pais e ofereci-me para alguma ajuda na montagem já que tinha alguma experiência em teatro amador. Nomearam-me encenadora o que para mim foi um desafio fantástico! Trabalhámos muito, dedicamos muitas horas e montámos um espectáculo que nunca achámos possível! O ano passado repetimos o grande feito!

Ao visionar o dvd e ao ver a reação das crianças fiquei a pensar em como aqueles pais foram uns heróis!

Dedicaram horas e horas das suas vidas ocupadas, tentaram superar as suas dificuldades como projeção de voz o à vontade em palco ou até o jeito para a dança... Aturaram o mau feitio da encenadora; decoraram textos, alguns deles muito extensos... E porque?

Por amor!! É certo que a todos sabe bem a reação do público, mas na verdade o principal motivo é mesmo o amor pelos filhos! Foram por eles as horas despendidas, os stresses vividos, o superar das dificuldades, os eventuais desacordos! Tudo! Pelos filhos os pés de chumbo mexeram-se!!

Todos nós pais devíamos ter a sorte de fazer um sacrifício como este pelos nossos filhos, porque a sua reação compensa e vale tudo!!!!
E por isso o meu post vai para vos hoje colegas atores-pais :)

Boa noite e viva o teatro!!!     

domingo, 22 de setembro de 2013

"O que não deve fazer aos seus filhos"... Haverá regras universais na educação?

Hoje, enquanto navegava no Facebook encontrei um daqueles posts que vemos muitas vezes e que nos remetem para regras e atitudes que devemos ou não ter com os nossos filhos... Geralmente surgem como "as 5 frases que não deve dizer" ou "as 10 coisas que não pode fazer" ou ainda "Nunca faça ao seu filho..."... Enfim, qualquer coisa do género...

Apesar de algumas dessas "regras" serem grandes verdades sinto-me sempre frustrada com esses posts... Nunca conseguirei ser assim... Mas depois penso melhor e a frustração é substituída por alguma revolta...

Quem escreve estas regras e mandamentos reduz de uma forma assustadora as atitudes a ter com os filhos e a vida do dia a dia não é feita de regras e mandamentos chapa 7 que funcionam com todas as crianças e em todas as situações... Isso tornaria a educação muito mais fácil mas também muito menos desafiante e engraçada...

Na minha perspetiva, educar uma criança é tudo menos estanque e não se faz com regras predeterminadas. Educar é uma constante adaptação à realidade e à criança que temos à frente.

Naturalmente há coisas que acredito serem básicas por exemplo: não acho que a criança deva ser tratada como um pequeno adulto, porque a sua visão das coisas não é igual à nossa e além disso a responsabilidade da sua educação é nossa, não é da  própria criança. Conto-vos uma situação, há uns tempos numa das minhas consultas informava uma mãe de uma menina de 8-9 anos que esta teria necessidade de um tratamento algo urgente pois estava em risco de ter dor ou infeção, a mãe informou-me que quem decidia se se ia tratar era a menina, pois os filhos dela deveriam ser responsáveis... Concordo com a parte de que as crianças têm de aprender a ser responsáveis, mas isso não serve para retirar a responsabilidade aos educadores... Há assuntos sobre os quais se deve conversar mas cuja decisão deve ser dos pais e na minha opinião a saúde é uma delas... Ninguém gosta de fazer tratamento, mas temos de o fazer... (o que não foi o caso desta criança, que decidiu que não queria ser tratada...)
Por outro lado, também não se deve "abebezar" a criança porque ela é muito mais inteligente e perspicaz do que nós possamos imaginar e podemos estar a limitar o seu potencial.

Outra "regra" básica (para mim, entenda-se) é educar para a verdade e com a verdade. Acredito que não se deve enganar uma criança, pode-se florear ou suavizar a verdade mas se mentirmos podemos estar a destruir a confiança  que esta tem em nós.

Por último, outra "regra" que tento seguir é educar pela positiva, tentando sempre que a criança seja positiva consigo própria, que tenha autoestima, que entenda que tem limitações e que não é a maior mas pode ser melhor!

De resto, sinto que falho em todas as outras regras e mandamentos (talvez não sempre, mas pelo menos uma vez...), porque as crianças são todas diferentes; porque o que funciona hoje não funciona amanhã; porque hoje o dia correu-me muito bem mas ontem não e isso infelizmente reflete-se nas minhas atitudes; porque hoje tenho tempo e paciência mas amanhã não vou ter; e porque e porque...

Talvez seja por isso que há tantos livros sobre a educação... Todos procuram uma fórmula universal que na verdade não existe...

Viver e educar é um caminho longo que deve ser vivido em constante adaptação. Sabemos qual o destino a que queremos chegar - a felicidade dos nossos filhos - mas o caminho a percorrer é incerto... Cabe-nos a nós pais procurar fazer sempre o melhor, aprender com os erros, ultrapassar os obstáculos e seguir sempre em frente!    

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Recomeçar a escola...

E lá voltámos à rotina da escola... O J estava mesmo a precisar!! E eu também! Já estávamos na fase em que ele não me ouvia, estava sempre a 1000, eu sem paciência, confusão em casa, enfim... Viva a escola!!!

Apesar de ter ficado bem contente com o inicio da escola confesso que vou para este ano com alguma preocupação. O J vai para o 2º ano e o ano passado foi bem mais difícil do que estava à espera... Questionei-me imensas vezes sobre a minha capacidade de ajudar o meu filho e sobre a sua capacidade de aprender.

Como faço questão de acompanhar o meu filho nos trabalho de casa, porque, apesar de não ser fácil depois de um dia de trabalho, é para mim importante saber o que anda ele a aprender, como está a evoluir, quais as suas dificuldades... E o 1º ano foi um passo tão grande para ele quanto para mim... Aprender a ler, começar o pensamento matemático além de tudo o resto não é para um menino com 6 anos coisa fácil. Além disso aprender a estar sentado horas seguidas é uma verdadeira aventura! Para o J foi muito complicado.

E eu senti-me muitas vezes incapaz e frustrada. No início não consegui perceber que aquilo que para mim é básico como juntar duas letras como um p e um a para eles não é... E não significa que sejam burros ou tenham um desenvolvimento mais atrasado, simplesmente são expostos a uma série de novos conceitos que têm de apreender de uma forma mais ou menos rápida.
E nós pais apenas temos de compreender e tentar entrar no seu mundo e partilhar as suas dificuldades...

Naturalmente que ter uma professora que os acompanhe, que nos ajude, que esteja atenta, que construa conosco uma equipa ajuda muito!!! E eu tenho essa bênção!

O J está mais crescido mas ainda assim tenho receio deste ano. Estarei eu à altura da minha função de ajudante nos TPC? Terei eu paciência para entender e aceitar as suas dificuldades? Conseguirá ele bons resultados?

Não tenho a pretensão de que o meu filho será o melhor aluno, mas gostaria que ele fosse bom e que gostasse de aprender. No fundo gostaria que os meus filhos conseguissem atingir todos os seus objetivos e percebessem que é preciso trabalhar para se conseguir obter bons resultados...

Desejo a todos um ótimo ano letivo de 2013/2014

domingo, 8 de setembro de 2013

A propósito do post anterior...

Partilho aqui um texto que vi numa publicação no Facebook...

"Mães más"

O Dr. Carlos Hecktheuer, médico psiquiatra, publicou uma interessante reflexão, que transcrevo aqui para os pais:

Um dia, quando meus filhos forem ...crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, eu hei de dizer-lhes: Eu os amei o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão.
Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.
Eu os amei o suficiente para fazê-los pagar as balas que tiraram do supermercado ou revistas do jornaleiro, e fazê-los dizer ao dono: “Nós pegamos isto ontem e queríamos pagar.”
Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto de vocês, duas horas, enquanto limpavam o seu quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos.
Eu os amei o suficiente para deixá-los assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.
Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes “não”, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em certos momentos, até odiaram).
Essas eram as mais difíceis batalhas de todas. Estou contente, venci... Porque no final vocês venceram também! E em qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, quando eles lhes perguntarem se sua mãe era má, meus filhos vão lhes dizer:
Sim, nossa mãe era má. Era a mãe mais má do mundo...
As outras crianças comiam doces no café e nós tínhamos que comer cereais, ovos e torradas.
As outras crianças bebiam refrigerante e comiam batatas fritas e sorvete no almoço e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas. E ela nos obrigava a jantar à mesa, bem diferente das outras mães que deixavam seus filhos comerem vendo televisão.
Ela insistia em saber onde estávamos a toda hora (ligava para o nosso celular de madrugada) e “fuçava” nos nossos e-mails. Era quase uma prisão.
Mamãe tinha que saber quem eram nossos amigos e o que nós fazíamos com eles. Insistia que lhe disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos.
Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela “violava as leis do trabalho infantil”, pois tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e fazer todos esses trabalhos que achávamos cruéis. Eu acho que ela nem dormia à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer no outro dia.
Ela insistia sempre conosco para que lhe disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade. E quando éramos adolescentes, ela conseguia até ler os nossos pensamentos.
A nossa vida era mesmo chata. Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos; tinham que subir, bater à porta, para ela os conhecer. E, enquanto todos podiam voltar tarde, à noite, tendo apenas 12 anos, tivemos que esperar até os 16 para chegar um pouco mais tarde, e aquela chata ainda se levantava para saber se a festa foi boa (só para ver como estávamos ao voltar).
Por causa de nossa mãe, nós perdemos imensas experiências na adolescência: nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime. FOI TUDO POR CAUSA DELA!
Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso melhor para sermos “pais maus”, como minha mãe foi.
Eu acho que este é um dos males do mundo de hoje: omissão. Falta de amor!

(Extraído do livro "Educar pela conquista e pela fé" de Professor Felipe Aquino)

Autoridade???

Na minha vida profissional deparo-me com muitos casos de crianças (de diversas idades) que não respeitam minimamente os pais e em que a autoridade destes é mesmo nula. São situações que me revoltam e em algumas situações sou eu mesmo que tenho de por os miúdos no sítio e chamá-los à atenção como se mãe deles fosse...
Vejo outras também de pais que resolvem muito bem as situações de birra, mau comportamento ou desrespeito e que admiro muitas vezes pelo sangue frio e criatividade :)

Não só pelo que observo, mas também porque me foi incutido que o respeito pelos pais nunca fez mal a ninguém (aliás muito pelo contrário) tento que na nossa casa o mesmo aconteça. Não um respeito porque os pais são superiores mas porque são pais. É verdade que quero que os meus filhos me vejam como sua amiga, mas antes disso quero que me vejam como sua mãe, com tudo o que isso implica! A mãe que dá carinho, a mãe que responde às perguntas, que faz o almoço, a mãe que brinca, mas também a mãe que diz não, que impõe limites e que relembra (vezes sem conta) o que se deve ou não fazer.

Talvez porque os nossos filhos são pequenos e porque passam a vida a testar-nos, esta tarefa de mãe não é fácil. Não quero ser uma mãe autoritária, que impõe a sua opinião ou decisão simplesmente porque sim. Sempre que imponho um limite ou que digo que não, tento explicar o porquê da minha posição. Gosto de ser um ser humano pensante e com opiniões e quero que os meus filhos o sejam também e penso que o diálogo em todas a situações ajuda muito nessa construção.

No entanto, queria que quando dissesse ao meu filho que ele não pode gritar, que tem de vir para a mesa, que não deve fazer qualquer coisa, que ele me ouvisse e acatasse. O J com os seus 6 anos está constantemente a testar-me. E há dias que já não me posso ouvir a mim própria com tantas repreensões que lhe faço...
E depois sinto-me incapaz e frustrada porque por um lado não quero ser bruta, chata, autoritária em demasia, mas por outro lado quero que os meus filhos tenham regras e que tenham respeito por mim e por todas as outras pessoas... E acho que não consigo deixar de ser o que não quero, nem consigo que os filhos respeitem sempre...

Há dias até que pergunto mesmo ao J: "Mas gostas que a mãe se esteja sempre a zangar???" Ao que ele responde: "Não mãe não gosto! Mas também não sei porque não faço o que dizes!!!"
Se ele não sabe.... quem saberá??????

Enquanto que com o D, (nos seus 4 anos cheios de birras) já consigo lidar melhor, porque utilizo o humor e a técnica da distração para ultrapassar a maior parte das birras, o J às vezes poe-me mesmo fora de mim...

Se pensar bem, a verdade é que não me posso queixar muito, porque apesar de traquinas, regra geral os nossos filhos até se levam muito bem conversando e não são crianças mal comportadas ou mal educadas. Nunca pensei que não os podia levar a jantar fora por exemplo. Mas às vezes a coisa em casa azeda mais... ou por energia a mais deles ou paciência a menos minha...

Mais uma vez um livro de instruções era tão útil.... ;)

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Adultos-Crianças....

Hoje um velho amigo lembrou-me que ando muito parada na escrita. Têm sido umas semanas mais cheias e o blog tem ficado para trás...
Mas confesso que já estava com saudades :)

Entretanto pus-me a pensar sobre o que escrever, ideias e motivos de escrita não me faltam, o que falta às vezes é a inspiração. Mas depois deste meu amigo me interpelar fiquei a recordar alguns bons momentos que passei com ele e com tantos outros há alguns anos. Fez-me recordar o "adulto-criança" que sempre fui e que quero continuar a ser :)

Brincar sem vergonha por sermos adultos, gargalhar sem moderar o tom de voz, sermos ridículos sem pensarmos muito nisso mas sermos simplesmente porque isso nos faz felizes.
Quantas e quantas brincadeira fiz sem nunca pensar que não eram próprias para um adulto e que me fizeram rir e ser feliz...

Porque será que quando crescemos e nos tornamos adultos temos que largar esta criança que há em nós? Não digo que vamos todos aos saltinhos, a cantarolar e fazer partidas para os empregos, até porque o fato e gravata não me parece muito prático ;) mas alguma alegria e leveza faz-nos sempre bem.

Por exemplo, quando somos crianças vemos tudo muito mais claro e descomplicado... não seria bom continuarmos a ter sempre esta visão? Descomplicarmos a nossa vida e os nossos problemas? Com certeza a vida seria bem mais fácil :)

Posso no entanto utilizar esta minha maneira de ser "adulto-criança"  com os meus filhotes, pois consigo entrar no seu mundo e cantar, brincar, fingir, imitar, dançar sem qualquer vergonha. E como eles adoram isso! E nada disso diminui o respeito que têm pelos pais, muito pelo contrário, pois sabem que estamos com eles tanto nas coisas sérias como na brincadeira.

Para as crianças, seremos sempre muito mais novos se mantivermos o espírito de adulto-criança, por exemplo, há uns tempos atrás o meu filho mais velho dizia que tinha a certeza que a avó tinha 20 anos e quando lhe perguntaram porquê respondeu: "porque a avó brinca comigo sentada no chão"
Haverá melhor forma para termos a eterna juventude????



terça-feira, 6 de agosto de 2013

Perguntas embaraçosas...


Acredito que devemos ser o mais verdadeiros e francos que conseguirmos com os nossos filhos. As coisas são como são e devemos explicar-lhes o mais corretamente possível o mundo que nos rodeia.
Isto é muito bonito mas não é fácil...

O J (que faz 7 anos em Novembro) de vez em quando faz perguntas tão difíceis que me sinto incapaz de responder decentemente. Às vezes até cometo a parvoíce (desculpem a expressão mas não me ocorre outra) de terminar a conversa com a frase "Filho é complicado explicar, quando fores mais velho vais perceber!..." Sempre odiei ouvir esta frase!!! E agora digo-a.... Irra!!!! Não satisfaz a curiosidade e reduz a criança a um ser pouco inteligente, quando na verdade quem é pouco inteligente somos nós pais porque não conseguimos explicar coisas de forma a que eles percebam... Muitas vezes não é fácil, mas é o nosso trabalho....

E estas dúvidas são diversas e constantes... Um dos exemplos mais difíceis para mim ocorreu já há algum tempo. Estava eu a falar ao telemóvel numa zona de pouca rede e comento com o outro interlocutor da chamada "Olha, já te ligo porque estou com pouca rede e não te ouço". Pergunta do J quando desliguei: "Mãe o que é a rede?" ..... Silêncio da minha parte (sinónimo de incapacidade criativa para arranjar uma explicação) "Então filho... a rede é a rede... sabes é quando não conseguimos ouvir o telefone... porque não há rede... percebes?" - Óbvio que não percebe porque não lhe expliquei nada... E após várias questões para tentar perceber a minha fraca explicação, terminei a conversa com "Quando chegarmos, perguntas à tia e ela explica..." Que tristeza... a batata quente para outro... O que vale é que a tia em questão arranjou uma explicação bem melhor do que a minha e ainda que ele não tenha percebido totalmente o conceito de "rede" ficou bem mais satisfeito com a explicação dela...

E estas questões são variadas e muito frequentes... "O que é o arco-íris?"; "Como é que o arco iris não cai?" "; "Quem fez as praias?" .....

Quando estava grávida as perguntas eram constantes! "Como é que a mana vai sair da tua barriga?" "pelo pipi" -  expliquei eu (desculpem o termo mas não tenho outro para usar com eles); "mas o pipi é tão pequeno e a mana é grande" "filho, o pipi fica maior e a mana sai". "Posso ver?" ... Enfim lá lhe expliquei que só os pais podiam ver e que quando ele fosse grande e tivesse filhos também podia ver se quisesse...
Com esta até me safei, mas o pior foi quando ele me perguntou "E como é que o papa pôs a semente da mana dentro da tua barriga"... Confesso que acabei a conversa com a temida frase "bla bla bla depois entendes..."

Como se explica isto? O que fazer quando somos incapazes de explicar uma coisa?
Porque é que não há um livro de instruções para estas coisas? Ou há e eu não conheço???

Fica o desabafo...

J  

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Casa cheia e... desarrumada....

Há uns dias fui a uma festa de aniversário de um amiguinho do D. A festa foi muito gira, a receção por parte dos pais foi fantástica e não só os miúdos adoraram como os pais que ficaram (como foi o meu caso porque o D estava difícil nesse dia) puderam sentir-se completamente acolhidos e bem vindos.

Apesar de ter sido tudo ótimo, saí de casa do amiguinho do D a sentir-me uma incompetente...
A arrumação daquela casa era fenomenal! Tudo estava no seu sítio, tudo estava impecável e ainda por cima num dia de festa em que, por regra, há sempre muita loiça, comida e afins, mas mesmo assim a cozinha estava impecável!!!

A pergunta que faço é "como é possível???". A minha casa está sempre desarrumada! Ainda que arrume o que está mais visível, há coisas que não consigo organizar e arrumar!

Cá em casa até existe a regra (quase sempre cumprida) de que depois de brincar todos os brinquedos devem ser arrumados, mas mesmo assim é para mim impossível arrumar tudo!

Sei que não sou o suprassumo da organização, e o meu marido sofre um bocado com esta desarrumação porque ele adora ter as coisas todas o seu sitio, mas eu juro que faço um esforço...
O ter filhos não é desculpa porque há quem consiga, por isso a conclusão que tiro é: "Mais uma tarefa a fazer nesta casa: ARRUMAR!!!! ou pelo menos não desarrumar muito mais :)

Se entretanto alguém tiver dicas, aceitam-se e agradecem-se muito!!!! :)))

sábado, 20 de julho de 2013

Barrigas....

Sou mãe de 3 crianças lindas! Levei a cabo 3 gravidezes,  umas mais fáceis que outras... Tentei sempre ao longo dos 9 meses cumprir as regras do peso para não engordar demais para voltar mais facilmente á forma... Mas 3 barrigas são 3 barrigas...

Quando nasceu o meu segundo filho, houve alturas muito difíceis para mim... Situações novas com as quais não soube bem lidar, desafios como ter 2 crianças tão diferentes em casa e ambas a precisar de mim, uma mudança de casa, um bebé que chorava muito e eu sem saber porque, viver com uma criança desconhecida, quando já estava tão habituada ao primeiro... enfim... Situações e sentimentos que foram difíceis mas que com a ajuda do meu marido e de alguns amigos resolveram-se e aprendi a viver com os meus 2 filhos amando os dois com a mesma intensidade...
Isto tudo colocou em segundo (ou terceiro...) plano o meu bem estar físico. Ginástica foi coisa que não fiz, nem tive qualquer preocupação nesse campeonato...

Agora ao terceiro, estou a colher um pouco esses frutos. Estou com o peso normal mas tenho uma barriguinha daquelas que não estamos grávidas nem deixamos de estar...
Não me sinto bem com a minha barriga mas ando já a trabalhar nisso...

O que mais me incomoda é que as outras pessoas esquecem-se que em primeiro lugar quem olha ao espelho somos nós... E se há pessoas que vivem bem com as suas alterações corporais há outras que nem por isso... É como quando engordamos por algum motivo e andamos a tentar contrariar essa tendência e alguém vem com a pérola: "Tas mais gordinho!!!" Apetece responder: "A sério??? Epah obrigada pela informação, ainda não me tinha olhado ao espelho....."
Ou mais, quando uma pessoa é por natureza magra, e não faz nada por isso, só ouve comentários do tipo "Tas tão magra!!!! Andas a comer???? Ve lá se não estás doente!!!"

Actualmente vivo mais ou menos bem com o meu físico, tirando a parte da barriga que me incomoda é certo, mas dado que tive um bebé há 1 mês é natural que não desapareça por magia... (Até porque não sou figura pública, pois a essas é que a magia acontece ;) ) Mas quando várias vezes comentam o estado do meu físico deixo de ser imune aos comentários e esses começam a ter um efeito pouco simpático...

Agradeço a todos que me chamam a atenção pelo meu físico, até porque na maioria das vezes acho (e espero) não o fazem por mal, mas por favor não esqueçam que quem me vê primeiro ao espelho sou eu mesma! E além disso sou muito crítica e consigo tecer os mesmos comentários que vocês ou até piores, por isso podem poupar-se ao trabalho :)

Entretanto já ando a fazer por reduzir a pança... entretanto vou disfarçando, não porque ignoro que exista mas porque preferia que não existisse...

J
 

quarta-feira, 17 de julho de 2013

E quando eles choram e ficamos loucas????

Adoro bebés!!! Adoro tudo o que os bebés implicam! Os soninhos, os colinhos, a maminha, os banhos, até o choro!
Nunca me preocupei muito com o choro e não me faz impressão nenhuma ouvir um bebé chorar. É uma situação normal com a qual nós mães temos de aprender a viver...
Os bebés têm de comunicar e fazem-no pelo choro, e natural e normal.
Não quero dizer que gosto de os ouvir chorar (nem pensar!!!) mas não me aflige ouvir um bebé chorar e a minha reação é calma e tranquila na procura de uma solução.


Mas não sou de ferro! Quando um bebé, neste caso a minha pequena C, tem crises de cólicas (digo eu que é de cólicas, porque o choro vem acompanhado de outros sons libertadores ;)) o choro dela é aflitivo! E mesmo para mim que reajo com tranquilidade a partir de determinada altura parece-me demais...

Acredito que estes choros levem muitas mães de primeira vez ao desespero (Eu de terceira viagem já fico maluca!!)!
Ao pensar nisto acho que é assustador, porque mesmo quando estamos a 100% estes choros podem destabilizar, imagino uma pessoa cansada, que não sabe o que fazer com um bebé pequenino que chora sem parar...

Cá em casa acontece muitas vezes atingir a loucura! A C a chorar até ficar roxa, o D (sem a mínima capacidade para esperar) a pedir algo constantemente e quando não é satisfeito no tempo que ele acha que é o aceitável também chora e por fim o J a pedir atenção ou a gritar enquanto corre ou brinca...
Muitas vezes conto até 1000 para não explodir, mas nem sempre é possível e acabo por descarregar neles o meu cansaço e a minha incapacidade...

Mas ser mãe passa também por isto, por atingir a loucura para depois voltar a ser racional (ou pelo menos tentar) e ganhar forças para se viver na casa cheia :)

J

Comprimidos milagrosos...


Comprimidos milagrosos... Era isso que precisava!
Eu e todos os pais (digo eu!)
Uns comprimidos que tomássemos e que nos impedissem de ficar doentes ao pé dos nossos filhos... Até podíamos continuar doentes depois, com as enxaquecas, febres, dores de costas, de barriga, de dentes, mas enquanto temos a nosso cargo crianças os sintomas desapareciam e nós seriamos sempre pais ativos e prontos para a ação!

Infelizmente na ultima semana tive uma mastite, que para quem não sabe é uma inflamação da mama e que pode ter como sintomas (entre outros) dor (INTENSA!!!!), vermelhidão, e febres altas. Para mim cuja temperatura normal é por regra baixa, ter 2 dias com febres entre os 38.5ºC e os 39,9ºC foi terrível...
E a juntar a isto ter a C pequenina para tratar (e mamar......) e os outros filhotes para tratar e dar atenção digo-vos foram 2 dias de pesadelo!
O meu marido passou a ter 2 filhos pequenos, uma bebe de 1 mês e um peso morto com 39 de febre... As minhas olheiras iam até ao queixo, mas as dele não estavam muito melhor....

Se os tais comprimidos existissem tudo seria mais fácil!!! Os filhos não deveriam ter de ver os seus filhos doentes.
Lembro-me bem da cara dos meus filhos quando me vêem doente, parece que sofrem comigo... querem que fique bem, que não fique deitada... É difícil... Nem quero imaginar quando os pais têm de passar por doenças mais complicadas!!!

Eu própria lembro-me do meu sentimento quando vi pela primeira vez (e única até ao dia, graças a Deus) o meu pai num hospital porque tinha sido operado... Nunca imaginei ver o meu pai, o meu homem sempre forte e sempre ativo deitado e dependente...

Uns comprimidos milagrosos é que eram mesmo bons!

J

terça-feira, 9 de julho de 2013

Animais domésticos... são "filhos" ou apenas animais de companhia????

Desde que me lembro de ser gente, ou pelo menos desde que me lembro de termos condições, os animais domésticos foram uma realidade em nossa casa. Cães, gatos, pássaros...
Sempre fui uma apaixonada por animais! Com a maior parte deles criei uma ligação muito especial e por isso quando por algum motivo partiam sofria com isso.
Sempre me foi transmitido que os animais são amigos e companheiros, que devem ser cuidados, amados, respeitados e bem tratados mas sempre os vi como isso mesmo, animais de companhia! Doia-me sempre quando um deles morria, mas isso ajudou-me a aceitar a morte como parte da vida, a fazer o luto e a continuar a viver.

Felizmente o meu marido partilha o meu gosto por animais, não por todos da mesma forma é certo, mas porque achamos que são importantes no crescimento dos miúdos a nossa casa cheia, também está cheia de animais!
O nosso filho mais velho o J adora todo o tipo de animais, excetuando talvez os insetos, mas de resto o rapaz é maluco por todos! E fico feliz que assim seja!!!
No entanto, esta semana está ser, neste campo, muito dolorosa... A nossa gata sofreu uma espécie de acidente e foi internada num estado muito complicado com um prognóstico muito reservado. O tratamento proposto, que não nos dava garantias de ela conseguir sobreviver era muito dispendioso e incomportável para nós (pelo menos nesta fase da nossa vida) e infelizmente tivemos de optar por adormecer a gata para por fim ao seu sofrimento.
Esta decisão foi terrível para mim! Deixou-me muito abaixo e com grande peso na consciência... Porque raio não era eu rica para poder gastar sem olhar a outras despesas? Como podia eu, que adoro animais, tomar tal decisão?

Tudo isto fez-me pensar muito na perspetiva que tenho dos animais e que me fez tomar esta decisão. Na verdade eles não são verdadeiramente "meus filhos". Enquanto eu puder, darei todos os cuidados aos animais que os permitam estar confortáveis e ser felizes, mas não consigo nunca igualá-los a um dos meus filhos, porque por estes eu daria a minha vida ou se não tivesse condições financeiras para um qualquer tratamento vendia tudo o que fosse preciso!

Sei que muitos dos donos de animais de companhia não concordam comigo e acreditam que um animal merece o mesmo que um filho, e respeito a opção e opinião de cada um, mas eu não consigo ver as coisas assim...

Infelizmente tomei esta horrível decisão e sinto-me péssima por isso, mas os meus queridos filhos e o seu bem estar são a minha prioridade maior!  

Espero que a gatinha fique em paz....

J


sexta-feira, 5 de julho de 2013

O Futuro.... Qual será?


Ao olhar para os meu três pequenos penso muitas vezes que futuro irão ter? Que exemplo lhes estamos a dar? Como estará o mundo daqui a 20 anos? Que caminho irão percorrer?
Ao tentar projetar o futuro confesso que fico muito receosa...

Ainda que nem pense na crise económica, crise política, o que me preocupa mesmo é o espírito das pessoas, a falta de respeito e de consideração que temos uns pelos outros, a falta de tolerância que impera entre todos...
Quem trabalha com público sabe bem que temos de engolir muitos sapos, faz parte e na maior parte das vezes não nos faz mal nenhum... uma pessoa habitua-se!
Mas a verdade é que ultimamente andamos todos muito nervosos, provavelmente porque a vida anda cada vez mais difícil e nem sempre lidamos da melhor forma com a frustração e com as dificuldades, e muitas vezes projetamos os nossos problemas nos outros...
Quantas vezes não me acontece tratar mal alguém que me é querido (e nesse campo o meu marido leva sempre com o meu mau humor) porque o trabalho correu mal ou porque me chateei com algum colega?

Que exemplo damos aos nossos filhos, quando não temos paciência para os outros, quando não sabemos esperar, quando refilamos logo (e muitas vezes com agressividade) quando algo corre mal, quando alguém erra, quando não sabemos aceitar que o outro é diferente de nós e pensa de forma diferente?
Sinceramente preocupa-me nem sempre conseguir ser um bom exemplo para os meus filhos... Não consigo fazer o caminho por eles, não consigo escolher por eles, mas tenho a esperança de com o exemplo poder ajudá-los a escolher o mais correto, a fazer o melhor caminho... E se não conseguir?

Ser mãe e pai é um desafio diário! Estamos constantemente a ajudar na construção dos nossos filhos e isso é uma responsabilidade assustadora... É verdade que não construímos a personalidade dos nossos filhos, mas ajudamos a construir o caracter e a forma como encaram a vida e como a vivem!
Esta responsabilidade às vezes parece-me grande demais para mim... Mas a opção de ser mãe implica esta responsabilidade e só posso pedir e desejar que esteja sempre à altura do desafio...

J

quinta-feira, 4 de julho de 2013

"Ir atrás do choro"

Hoje estou particularmente cansada... Às 3 semanas da vida da C as cólicas começaram a atacar em força...
Sei que as cólicas são um tema muito pouco consensual e muitos são os que acham que não existem... que simplesmente os bebés têm de chorar e nós pais não sabemos porquê... outros dizem que apenas surgem a partir das 3 semanas - 1 mês... outros ainda que podem aparecer logo à nascença...
Enfim, a mim pouco me importam as teorias! O que me importa é o que se vive aqui por casa!

A verdade é que a C sempre teve muito ar nos intestinos, e para isso não é preciso ser expert, basta observar e ouvir (cheirar ainda não porque felizmente ainda não cheira mal :)), mas agora chora muito mais quando está na hora de libertar o que está no seu interior... E para juntar mais um ingrediente a C vai atrás do choro... que é para muitos um mito, mas para mim é uma realidade bem consistente!

O J, o nosso mais velho a partir do seu 1º ano de idade também começou a ir atrás do choro, a ficar roxo, a ter espasmos musculares e até mesmo a desmaiar... Sei (ou pelo menos quero acreditar nisso) que ninguém morre por ir atrás do choro, mas não é um espetáculo nada bonito de se ver, muito menos nos nossos filhos!
Com o J a coisa começou com uma cabeçada no joelho do pai e a partir daí, a criança até usava isso como forma de protesto... Muitas foram as formas que utilizámos para interromper o ciclo vicioso de ir atrás do choro, desde sopro para a cara, palmadas no rabo, entre outras técnicas pouco simpáticas de se fazerem e de se verem, mas na verdade ainda que sempre me tenham dito que a criança acaba por vir a si própria sozinha, acreditem é muito mau de se assistir a um episódio destes...

Ora a C, desde que nasceu que te esta particularidade, chora muito pouco, mas quando chora, fá-lo com uma intensidade assustadora e como tem um choro continuo, fica logo roxa...
Actualmente depois do mestrado que fizemos com o J já não me assusto e estou perfeitamente tranquila com esta situação, mas há dias difíceis em que temos de ir buscar forças os calcanhares (sim porque já mais parte nenhuma do corpo tem reserva!) e continuar tranquila...

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Ai as noites....

Faz hoje 20 dias do nascimento da C... 20 noites a acordar de 3 em 3 horas, às vezes com intervalos que chegam às 4h mas também alguns que não passam as 2h...
20 noites de dor....

Não me posso queixar muito porque a pequena até é boazinha e não me dá muito que fazer mas 20 noites, são 20 noites...

E de manhã custa muito!!
Quando foi o 1º ou até o 2º eu nem acordava de manhã, o pai organizava tudo, mas agora é preciso reforços de manhã se não o homem só sai de casa lá para as 10h!!! (ainda que acorde às 7h!) Entre almoços para levar, organizar as coisas para o ATL, vestir, tomar o pequeno almoço, lavar a boca e os dentes, e lavar os dentes outra vez (porque à primeira nunca ficam bem como a mãe gosta), pentear, procurar aquele brinquedo que queria mesmo levar (Não!!! Não pode ser outro! Tem mesmo de ser aquele mãe!) uma pessoa sozinha perde 3 kilos só nestas andanças de manhã...

E perguntam vocês "E porque raio não vais dormir a seguir???" Porque não consigo, com tanta coisa para fazer cá em casa não consigo...É triste mas é assim mesmo...

20 noites.... E hoje mais logo temos outra.......

J

terça-feira, 2 de julho de 2013

3º filho... sem romarias!

Já li em vários sítios que o 3º filho é tratado de forma menos picuinhas (não me ocorre outro termo) que o 2º e muito menos que o 1º...

Penso que os pais na fase do terceiro já estão com embalagem suficiente que os impede de andar stressados com coisas que não justificam, sabem lidar com as diversas situações de forma bem mais calma e tranquila, resolvem as questões confiando bem mais no seu bom senso!

Ao ler as afirmações que se fazem em relação aos 2ºs e 3ºs filhos, penso que não faço parte da maioria...

O nascimento do meu primeiro filho, o J foi algo mágico pois conheci o sentimento de amor incondicional, fiquei apaixonada em segundos, descobri a magia de ter um filho, um ser que é feito com amor, que vive meses dentro de nós e que depois sai lindo, perfeito, maravilhoso, e sai de dentro de nós!!! É uma experiência maravilhosa que nos muda toda a visão que temos do mundo, da vida, de nós próprios, dos nossos pais...
E os primeiros meses são mágicos mas também desafiantes e até difíceis pois iniciamos um trabalho para  toda a vida, com todas os desafios que isso acarreta. E os filhos não trazem livro de instruções (e que seria tão útil em algumas situações!)

O nascimento do segundo filho, o D. foi um misto de felicidade e medo... Não há o elemento surpresa que se vive no primeiro filho mas a verdade é que experimentamos novamente a magia de concebermos um ser vivo, uma pessoa...
No entanto, nesta fase experimentamos o medo de não sermos capazes de amar com a mesma intensidade com que amamos o 1º filho. Medo de não nos conseguirmos dividir na tarefa de mãe de duas crianças com necessidades tão diferentes.
E não é fácil... Não é mesmo, mas é possível e muito bom!

O nascimento do terceiro filho, a C, foi para mim maravilhoso... Sem o grande elemento surpresa, mas também sem a angústia de não conseguir amar ou responder ao novo desafio... Foi uma experiência linda e muito tranquila!
E apreciar este 3º filho tem sido para mim muito especial. E talvez eu vá contra a maioria mas esta experiência permite-me por exemplo tirar imensas fotografias para registar estes momentos únicos! Viver este momento talvez não com a mesma intensidade do 1º mas com muita tranquilidade :)

Há, no entanto, uma situação que eu acho injusta para o 2º e ainda mais para o 3º filho (nem sei se é uma situação, mas pelo menos um sentimento meu...)... O 3º filho de alguém (para alguns, não para todos obvia e felizmente) não entusiasma como os outros, porque é o 3º, no fundo é mais um... Havemos de o conhecer um dia destes... Por um lado agradeço não existirem romarias cá a casa, porque são cansativas e às vezes a paciência não é muita, mas acho que qualquer criança que nasça merece o mesmo tratamento e atenção das outras... Entretanto, vamos gozando e mimando com tranquilidade a nossa princesinha :)



J

domingo, 23 de junho de 2013

3º filho... o amor de mãe é fantástico!

No dia 13 de Junho nasceu a nossa princesinha :)

Foi uma gravidez complicada com muitas dores, contrações, restrições físicas, cansaço... enfim...
Ter 2 meninos em casa sempre muito ativos, trabalhar até não conseguir mais, gerir a casa, tentar dar a máxima atenção possível aos príncipes, fez-me perceber que afinal não sou tão super mulher, tenho limites e não sou capaz de tudo!

Esta constatação (mais do que óbvia por sinal) não foi fácil para mim. Sempre achei que conseguia fazer tudo, mas não é bem assim...

De qualquer modo o mais importante desta gravidez foi perceber que o amor de mãe divide-se e aumenta! Aumenta sempre! É fantástico apaixonar-nos uma vez mais por um ser tão pequeno, tão maravilhoso, tão indefeso...

O momento do nascimento da C foi mágico, como nunca pensei ainda ser possível. Sempre pensei que um terceiro filho era mais um, maravilhoso sim por ser mais um ser vindo de nós, mas o parto seria mais um momento pelo qual temos de passar, nada mais... Mas este 3º parto não foi... Foi mágico, maravilhoso, emocionante, lindo...

Até me deu vontade de ter mais ;)

J

Uma casa cheia!



Uma casa cheia!!

Dei este nome ao meu blogue porque é sobre isto que vou escrever, com tudo o que implica...
Sou mãe de três crianças lindas, uma delas ainda nem completou os 15 dias de vida e adoro a sensação de ter a casa cheia!
Uma casa cheia de alegria, confusão, gargalhadas, brincadeiras, algumas zangas, alguns gritos, mas cheia de vida!!!
E que outra coisa mais espetacular sobre o que escrever que não a vida ela própria?!?
A vida do dia a dia, a vida que devíamos viver, a vida que queremos viver, a vida que vivemos...

J



sábado, 22 de junho de 2013

Blogs há muitos...

Sempre fui pessoa da escrita... Sempre tive diários, cadernos, blocos, qualquer coisa onde escrevia.
Nunca escrevi histórias imaginadas, mas sim histórias vividas, sentimentos que precisava passar para o papel. E porquê? Nem sei... porque me sabe bem ler o que senti, o que vivi. Porque isso faz parte de mim, da minha construção, do meu crescimento.

Há uns tempos comentava com uma amiga: "Um dia destes faço um blogue!" Pergunta logo ela "Para quê??" "Para escrever estas coisas que vivo..." digo eu. Responde logo ela muito segura: "Não vale a pena! Há montes de blogues sobre isto e aquilo e a maioria nem tem interesse nenhum, não vais acrescentar nada de novo!!"

Provavelmente tem razão, mas essa não é a minha intenção. Eu só quero mesmo é escrever... Ainda que ninguém leia... E porque não escrevo num diário, num caderno, num bloco que fique guardado na gaveta da mesinha de cabeceira?? Porque há coisas que vivemos que é importante partilhar, mesmo que o meu blogue não acrescente grande coisa à blogosfera, posso sempre imaginar que alguém o lê e que até aproveita qualquer coisa... De qualquer forma, mesmo que ninguém leia, a internet está sempre à mão e o meu novo "caderno" também. :)

J